Ganhei um belo livro no meu ultimo aniversário de uma grande novo amigo lutador, trata-se de ; “ O Direito de ter direitos : a mais valia dos desvalidos” Durval Angelo Andrade o org. No artigo Educação em direitos humanos, pag. 76, o autor citado cita o maravilhoso Frei Betto.
“ O que torna uma pessoa humana? Não é a cultura. Hitler apreciava a música de Wagner e conhecia os gênios da pintura. A bomba atômica foi construída por cientistas de refinado gosto estético e vasta erudição. Nem é a religião que nos faz mais humanos. Papas medievais enviaram cruzados para massacrar os “hereges” mulçumanos e abençoaram a prática de tortura nos tribunais da inquisição.
O que nos faz mais humanos é a educação ( não confundir com a escolaridade )Há pessoas cultas que não são educadas, como há aquelas que são educadas embora mal saibam ler. A educação, como demonstram os pais da psicanálise, é o que domestica o animal que nos habita. È ela que nos resgata das mãos da fera que acorda dentro de nós cada vez que temos um de nossos direitos feridos. Sem a educação, diante do despertar da fera, o humano se reflui e a mão feita para acarinhar se transforma em arma de agressão, as palavras jorram em impropérios, os sentimentos naufragam num redemoinho que obscurece a razão e faz emergir a vingança, o prazer mórbido de humilhar o semelhante e vê-lo sofrer”.
Mais adiante pag, 81.. vem mais essa:
“Um homem conversava com um velho índio:
Você não pode me entender, sua cultura é primitiva demais para isso. Nós, que vivemos no mundo civilizado, temos que nos sobressair em nossas tarefas diárias. Se em alguns momentos podemos dar atenção a alguém, na maioria das vezes temos que passar por cima de tudo para sermos bem sucedidos. Na verdade, vivemos em constante competição.
Depois de dito isso, o homem sorria intimamente, pensando ter confundido totalmente a cabeça do velho índio. Esse olhou nos olhos do homem e disse:
Dentro de mim moram dois cães que vivem uma luta eterna. Um é sábio, complacente, compreensivo, feliz. O Outro se arrasta na maldade, na disputa, no cansaço e na dor.
Como nada mais dissesse, o homem lhe perguntou:
E quem vence essa luta?
Aquele que eu mais alimento – respondeu o índio.
Autor desconhecido ( Andrade, 2000 p.9 )